A partir de 3 de agosto, nova gasolina será comercializada no Brasil. Com melhor qualidade, o combustível passa a seguir padrões semelhantes aos dos Estados Unidos e de países da Europa.

Nos últimos dias muito se tem ouvido sobre a nova gasolina que a Petrobras passará a produzir no Brasil a partir do mês de agosto, para atender às especificações determinadas pela Resolução ANP nº 807 de 25/10/2020.

A alteração da especificação da gasolina, foi fruto de vários estudos realizados pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) ao longo dos últimos anos. Entenda a novidade!

Mudanças na nova gasolina nacional

Segundo a ANP, as novas especificações aprimoram a qualidade da gasolina brasileira e proporcionam maior eficiência energética. Assim, melhoram a autonomia dos veículos pela diminuição de consumo. Também viabilizam a introdução de tecnologias de motores mais eficientes, com menores níveis de consumo e emissões atmosféricas.

Conforme divulgado pela ANP, a nova composição traz 3 alterações:

A primeira alteração refere-se ao valor mínimo da massa específica, que passa a ser de 715 kg/m³, equivalente à 715 gramas por litro de combustível. Isso garantirá uma energia mínima a ser gerada pelo combustível. Quanto mais alta for a massa específica de um combustível, maior será a sua geração de energia.

Na composição atual não há menção do valor mínimo, o que acaba permitindo que o produto sofra adulterações com adição de correntes petroquímicas de baixo poder calorífico e de baixo custo. Isto faz os veículos consumirem mais combustível para percorrer uma mesma distância.

A segunda alteração, segundo a agência, refere-se à alteração na temperatura de destilação no chamado T50 (50% de evaporação da gasolina A). Porém, ao confrontar a especificação atual com a nova, observa-se que nada foi alterado, pois o T50 permanece com os mesmos 77 °C a 120 °C.

Já a terceira alteração aplicada na nova gasolina, refere-se ao valor mínimo de octanagem do combustível. Até então a especificação brasileira só contemplava o número de Octano Motor (MON) mínimo de 82 e um Índice Antidetonante (IAD) de 87 para a gasolina comum e de 91 para a gasolina premium. Já na nova especificação, passa-se a observar também o número de Octano Pesquisa, em inglês, Research Octane Number (RON) de 93 para a gasolina comum e de 97 para a gasolina premium.

Fonte: Resoluções ANP 40 e 807

O que significam MON, RON e IAD?

Para se entender um pouco o que significam estas siglas, pode-se dizer que MON é a resistência que o combustível tem de detonar em alta carga ou serviços severos –  como uma ultrapassagem ou em uma subida –  onde geralmente o motor é mais exigido. Já o RON, é a resistência de detonação em serviço usual do dia a dia. 

O IAD é a soma do MON+RON divido por 2. Quanto mais alto for este índice melhor será o desempenho do veículo, pois mais energia será gerada pelo motor.  

Impactos da nova gasolina na prática

Pode-se dizer que estas alterações são importantes para garantir um menor nível de poluição atmosférica provocada pelo consumo do combustível. Pode-se dizer também, que uma gasolina de melhor qualidade poderá chegar até o consumidor final. Além de que estas alterações poderão gerar um menor consumo de combustível no veículo. 

Mas isso não significa que com a nova gasolina o consumidor pagará menos por Km rodado. Como já anunciado pela Petrobras, este produto terá um maior custo produtivo que será repassado ao preço de venda para as distribuidoras, consequentemente chegando até o consumidor final. 

Portanto, mais do que nunca é importante acompanhar os preços do combustível no mercado para estar preparado e não ser pego de surpresa.